Maio Laranja: Prefeitura de Sonora inicia ações de conscientização nas escolas

Objetivo é conscientizar a população sobre a violência sexual contra crianças e adolescentes

Infelizmente, em 2022, Sonora entrou para as estatísticas de violência sexual contra menores de idade com o registro de três casos de abusos de adolescentes e um com criança. Para fortalecer o combate à exploração e abuso sexual infantil, todas as gerências municipais de Sonora estão envolvidas nas ações de conscientização do Maio Laranja.

Segundo a gerente municipal de Assistência Social e Trabalho, Calinca Lazzarotto, a campanha tem como objetivo convocar toda sociedade para o compromisso de proteger as crianças e adolescentes. “Esse ano iremos unir as equipes psicossociais da Gerência de Assistência Social e da Gerência de Educação para realizar ações dentro das escolas do município”, destaca.

Entre as ações também está a realização de atividades de mobilização da sociedade, com foco na prevenção, que envolvam a divulgação do Disque Direitos Humanos: o Disque 100. O serviço é gratuito e funciona 24 horas, nos sete dias da semana para receber denúncias de violência contra crianças e adolescentes.

Já na Gerência Municipal de Educação, a gerente Clotilde Castro diz que as palestras de orientação acontecem entre os dias 15 e 19 de maio, para os alunos da pré-escola e do 1º ao 9º ano do Ensino Fundamental. “Iniciaremos, simultaneamente, as palestras nas escolas Luigi Gazzolo e José Guilherme Farinon nos dias 15 e 16 de maio. Nos dias 17 e 18 as palestras serão nas escolas Francesco Battista Giobbi e Irmã Araldi Kohl. No dia 19 de maio, a última palestra será na Escola Francesco Battista Giobbi e no CMEI Paulo Henrique Zanin”, esclarece.

Sinais
A psicóloga Paula Helena Ruiz, que atua no Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas) de Sonora e produziu a “Cartilha sobre Violência contra crianças e adolescentes”, juntamente com o psicólogo Divaldo de Abreu Júnior, destacou alguns sinais que as crianças e adolescentes vítimas dessa violência demonstram. “Quanto mais conhecimento sobre esse assunto, maior probabilidade da criança e adolescente identificar a violência caso vivencie. São vários sintomas atuando de forma conjunta, e a ocorrência de forma isolada (de um desses sintomas) não caracteriza necessariamente que a criança/adolescente esteja vivenciando a violência”, destaca Paula.

Podem ocorrer sintomas de: medo de certa pessoa ou sentimento generalizado de desagrado quando é deixada sozinha em algum lugar, com alguém; choro excessivo, sem causa aparente; tristeza, abatimento ou apatia; baixo nível de auto estima; dificuldades escolares; comportamento agressivo; expressão de afeto sensualizada inapropriado para uma criança; ansiedade generalizada, sempre em estado de alerta.

Precisamos discutir, provocar conversas sobre a violência sexual contra crianças e adolescentes. De acordo com os dados do projeto Maio Laranja, a cada hora 3 crianças são abusadas no Brasil, cerca de 51% tem entre 1 a 5 anos de idade. Todos os anos 500 mil crianças e adolescentes são explorados sexualmente no nosso país e há dados que sugerem que somente 7,5% dos dados cheguem a ser denunciados às autoridades, ou seja, estes números na verdade são muito maiores.

A luta é de todos nós! São as nossas crianças, é sobre o nosso futuro.